Posted: 28 Aug 2013 12:51 PM PDT
Quando os rins deixam de realizar sua
função, filtrar e eliminar substâncias tóxicas do corpo, é indicada a
diálise.
Pessoas que tem 50% ou mais dessa função renal preservada não
precisam desse tratamento e podem levar uma vida normal. Segundo o
médico nefrologista e presidente da Fundação Pró-Rim de Joinville,
Hercílio da Luz, pacientes com problemas crônicos no rim e baixa função
renal tem que realizar tratamento, do contrário terão poucas chances de
sobrevivência.
Hercílio explica que cerca de 60% dos
problemas renais ocorrem em função da diabetes e hipertensão. No
entanto, outras doenças podem causar problemas renais. “A
glomerulonefrite, que é uma doença autoimune, os cálculos renais e
infecções também levam à perda do rim”, explica.
Segundo o nefrologista, os pacientes que
tem condições clínicas devem entrar na fila de transplante. “Caso tenha
boa saúde é melhor realizar um transplante de rim do que permanecer em
hemodiálise”, comenta.
Tipos de diálise – Existe
a diálise peritoneal e a hemodiálise. Na diálise peritoneal o sangue é
filtrado e fluidos excedentes removidos através de um dos filtros
naturais do próprio corpo, a membrana peritoneal. Essa membrana é o
revestimento que circunda o peritôneo, ou cavidade abdominal, que contém
seu estômago, baço, fígado e intestinos. Para que ocorra essa diálise é
introduzido um cateter no abdômen do paciente. O SUS disponibiliza um
aparelho para que os pacientes realizem o procedimento em casa, com o
auxílio de alguém que o faça com cuidado e assepsia.
Já a hemodiálise é o tipo mais comum de
diálise. Cerca de 93% das pessoas que tratam problemas renais recorrem a
este procedimento. Atualmente, cerca de 86 mil pacientes realizam
tratamentos de diálise pelo SUS. Nela, o sangue é filtrado em uma
máquina que controla a velocidade, a pressão do filtro e o volume de
sangue, funcionando como um rim artificial, retirando as toxinas e
devolvendo o sangue limpo. Uma pessoa adulta tem aproximadamente 5
litros de sangue e esse volume é filtrado diversas vezes durante a
hemodiálise. Em 2012 foram realizadas 12 milhões de sessões pela rede
pública.
Hemodiálise, a máquina da vida -
O aposentado José Santana de Joinville faz hemodiálise há 30 anos. Ele
nunca soube que tinha hipertensão arterial e só descobriu quando estava
em estado grave, aos 26 anos e já havia perdido a função renal. Desde
então o aposentado realiza a hemodiálise e cuida bem da alimentação. Ele
nunca faltou às datas marcadas para o tratamento, nem quando precisou
viajar.
“Faço o tratamento três vezes por semana
e fico umas quatro horas no local, o tratamento é lento, mas é bom para
mim. Se faltar é complicado demais”, conta. Para ele a vida é um
desafio, cada sessão de hemodiálise é uma vitória. “Sem ajuda da máquina
talvez eu e muitas pessoas não estivéssemos mais aqui”, conta.
Apesar de já ter se aposentado, José
resolveu escrever um livro contando sua história de vida após o problema
renal. A publicação se chama “Lutar sempre, desistir jamais” e deve ser
lançada ao final desse ano.
Francisco Matos, de Fortaleza, também
faz hemodiálise. Ele sofreu um acidente de ônibus em 1991 que trouxe
sequelas para todo o seu sistema urinário, comprometendo a função dos
rins e da bexiga. Há dois anos, três vezes por semana ele faz sessões de
hemodiálise. Francisco busca formas de se distrair para melhorar seu
dia durante as sessões. “Leio um jornal ou vejo televisão para passar o
tempo. Acabei me acostumando, a máquina de hemodiálise é meu novo rim”,
diz. Seguindo recomendação dos médicos, ele faz exames de sangue e
acompanhamento mensal para que não ocorra nenhum outro tipo de problema
em seu organismo.
Investimento – Neste
ano o Ministério da Saúde já destinou aproximadamente R$ 111 milhões,
financiados pelo Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC), para a
melhoria dos serviços de hemodiálise do Sistema Único de Saúde. De todo
o recurso repassado para assistência em urgência e alta complexidade,
segundo portarias publicadas na semana passada, R$ 72,7 milhões serão
destinados ao custeio de nefrologia, hemodiálise e outros procedimentos
relacionados. Pelo Brasil, 689 centros estão habilitados para
assistência às pessoas com doenças nos rins, pela rede pública.
Fonte: Kathlen Amado / Blog da Saúde
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