Posted: 19 Jul 2013 06:29 PM PDT
Gestores do Estado e do Município participaram do encontro. Agentes querem que seja realizado um concurso definitivo.
Os agentes de endemias de Cruzeiro do Sul (AC),
em greve há 22 dias, estiveram reunidos nesta sexta-feira (19), com
representantes do município e do Estado do Acre, na Câmara de
Vereadores, para tratar sobre o futuro da categoria. Os profissionais,
que prestam serviço de forma terceirizada, através de uma paraestatal,
exigem a realização de um concurso efetivo que valorize a experiência de
quem já trabalha no combate às doenças endêmicas da região,
principalmente a malária.
De
acordo com o representante do Sindicato dos Agentes Comunitários de
Saúde e Endemias do Estado, Heleno Freitas, houve uma ordem da Justiça,
para que os agentes fossem demitidos, uma vez que é vedada em lei a
contratação provisória destes profissionais.
“Nós
recebemos uma proposta 'indecente' do governo que prometeu fazer um
novo concurso provisório, desde que a gente abrisse mão dos direitos
trabalhistas que temos atualmente. Isso é o que motivou essa
paralisação”, comenta.
A
discussão envolveu ainda a municipalização do serviço de endemias. De
acordo com a secretária municipal de Saúde de Cruzeiro do Sul, Lucila
Brunetta, o município não tem condições de administrar todo o serviço de
endemias sem o repasse integral dos recursos pelo Ministério da Saúde.
“A
gerência estadual passou para a gente que o gasto anual com as endemias
em Cruzeiro do Sul é de R$ 3 milhões, e o repasse do Ministério da
Saúde é de R$ 573 mil. Nós só teríamos condições de assumir, se
recebêssemos todo o recurso para manter, nessa condição estamos
dispostos a receber”, afirma a secretária.
Lucila
lembra ainda que já havia um encaminhamento para o município assumir as
endemias com os servidores remunerados pelo Estado, através de concurso
provisório, quando os agentes não aceitaram e decidiram pela
paralisação.
A
gerente de endemias de Cruzeiro do Sul, Simone Daniel, que representou o
estado na reunião, garantiu que o governo estará formando uma comissão
para negociar com a prefeitura, a municipalização do serviço. Ela se
mostrou preocupada com a greve dos agentes que há três semanas vem
resultando em uma diminuição nas ações de combate à malária.
“Essa
descontinuidade pode resultar em um acréscimo significativo de casos.
No momento, estamos sem o trabalho de busca ativa, mas no instante em
que as ações voltarem à normalidade, poderemos contabilizar sim, um
acréscimo”, explica.
A
vereadora Iria Matos (PCdoB) relatou que mora em uma área endêmica e um
de seus filhos já contraiu malária oito vezes. “Uma vez eu corri dentro
do hospital pedindo socorro para o meu filho, porque não sabia mais o
que fazer. Nós estamos vendo aqui, um jogo de empurra, com uma questão
gravíssima. Prefeitura ou Estado, seja quem for, precisa com urgência
fazer um concurso e contratar funcionários de forma permanente, porque
só esse título de provisório já deixa as pessoas desprestigiadas”,
conclui.
G1 ACRE
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