Posted: 19 Jul 2013 05:52 AM PDT
Caracterizada como uma dor de cabeça recorrente, que pode ser
acompanhada de náuseas, vômitos e sensibilidade aos sons e à luz forte, a
enxaqueca afeta cerca de 20% das mulheres e de 5 a 10% da população
masculina, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia.
Entre os mais de 200 tipos de cefaleia, a enxaqueca é a mais rica em
sintomas - por isso cabe ao médico fazer o diagnóstico adequado.
Pelo fato de existir tantos tipos de dor de cabeça, muitas vezes a
enxaqueca pode não ser encarada com a relevância que deveria e não
procura o tratamento adequado.
No entanto, é de extrema importância que a doença seja acompanhada por
um profissional e tomar alguns cuidados durante as crises, para não
agravar a dor.
Confira as dicas dos especialistas e veja o que fazer durante um episódio de enxaqueca:
Os pacientes com enxaquecas frequentes e crise de dor forte devem sempre
andar com seus medicamentos. "Isso porque algum tempo após a dor de
cabeça se iniciar ocorre um processo de sensibilização central, que
mantém a dor e a torna mais rebelde aos analgésicos, diminuindo sua
eficácia", diz o neurologista Antonio Cezar Galvão, do Centro de Dor e
Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, em São Paulo. Ou seja,
quanto mais tempo você esperar para tratar a crise de enxaqueca, mais
resistente a dor estará à medicação. Além disso, é importante que o
remédio tenha sido prescrito pelo seu médico, pois cada tipo de
enxaqueca e cada pessoa melhora com um tipo de analgésico. "Dessa forma,
o paciente evita o abuso de analgésicos simples, que podem não ser
suficientes para a sua enxaqueca e até mesmo torná-la crônica", completa
a neurologista Valéria Bahia, do Hospital Samaritano de São Paulo.
Quando o paciente apresenta sintomas visuais ou sensitivos antes da dor
ele tem a chamada enxaqueca com aura. Essas sensações podem durar de
poucos minutos até uma hora, seguidos de dor de cabeça muito forte.
"Entre os sinais mais comuns de enxaqueca com aura estão pontos
brilhantes ou manchas escuras em forma de mosaico na visão e dormências
ou formigamentos em apenas um lado do corpo", diz a neurologista Celia
Roesler, da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Mas, de acordo com a
especialista, mesmo as enxaquecas sem aura podem ser premeditadas, pois o
paciente pode ficar inquieto, sonolento, irritado ou eufórico, com
desejo de comer comidas específicas, principalmente doces. "Alguns
pacientes apresentam sintomas até um dia antes da crise como bocejos e
aumento de apetite", ressalta o neurologista Antonio. Nesses casos, você
já pode se preparar melhor para a crise, cancelando compromissos e até
mesmo iniciando o uso da medicação.
Antes de sair seguindo os conselhos de parentes ou amigos que também
sofrem de enxaqueca, saiba que os gatilhos para uma crise são diferentes
em cada pessoa, bem como os fatores que ajudam a amenizar os sintomas.
"Os desencadeantes de uma crise podem ser alimentos, estresse,
alterações do sono, jejum, estado climático, alterações hormonais e
muitos outros", alerta o neurologista Antonio. Inclusive, algumas
pessoas não possuem qualquer desencadeante específico. Por isso, o que
melhora a crise para uma pessoa pode não ajudar em outra, cabendo a cada
um prestar atenção em seus próprios agentes desencadeantes e o que pode
ser feito para evitar ou amenizar a dor quando ela vier. Alguns dos
tratamentos não medicamentosos mais comuns incluem compressas quentes ou
frias, massagens, terapia de biofeedback, homeopatia e acupuntura.
De todos os tipos de dores de cabeça, a enxaqueca é a mais rica de
sintomas. Náuseas, vômitos, diarreia, sensibilidade à luz, cheiros,
barulhos e movimentos, irritabilidade, sonolência e depressão são apenas
alguns dos incômodos que podem acompanhar uma crise. "Como o analgésico
trata apenas a dor da enxaqueca, o paciente que tiver esses outros
sintomas muito acentuadamente deve tratá-los de forma tópica", explica a
neurologista Celia. Esse cuidado é redobrado com aqueles que sofrem com
vômitos, pois ele pode perder os analgésicos, precisando ir ao pronto
socorro para receber drogas injetáveis. "Quando o paciente relata
vômitos intensos é conveniente medicá-lo com um antiemético
conjuntamente com os medicamentos analgésicos - e alguns antieméticos
parecem ter até um efeito sobre a dor", completa o neurologista Antonio.
Durante uma crise o paciente não suporta ambientes barulhentos e com
muita luz, podendo esses fatores serem até mesmo desencadeantes do
quadro." A pessoa com enxaqueca possui anomalias neuroquímicas que
tornam o seu cérebro mais ?irritável? do que os outros, respondendo de
forma exagerada a estímulos como luz e barulho", explica o neurologista
Antonio. Assim, durante uma crise, o ideal é se sentar o deitar ? o que
for mais confortável - em um local com pouca luz e sem barulhos,
evitando ao máximo conversas e atividades que o tirem do repouso.
"Aqueles que possuem enxaquecas mais fracas podem melhorar completamente
com o repouso, dispensando o uso de analgésicos", diz a neurologista
Valéria.
Ainda que o desencadeante da sua crise não seja a alimentação, uma dieta
leve rica em líquidos no momento da crise pode ser muito útil. Nos
casos em que não há vômito, o jejum prolongado pode inclusive agravar a
enxaqueca. Beba muito líquido para se manter hidratado, tanto água
quanto soluções hidratantes disponíveis no mercado. "Porém, se o
paciente estiver vomitando, o melhor é não ingerir alimentos sólidos e,
em casos graves, procurar um pronto atendimento para receber medicações
injetáveis mais potentes", explica a neurologista Celia.
"Apesar de existirem vários fatores desencadeantes de uma enxaqueca, o
gatilho mais importante é, sem dúvida, o estresse emocional", afirma
Celia Roesler. Situações como muitas horas no trânsito, cobranças no
trabalho, excesso de horas trabalhadas e discussões familiares
contribuem para que o cérebro do paciente produza mais noradrenalina,
uma substância vasoconstritora que agravará ainda mais a dor de cabeça.
Como é impossível fugir completamente do estresse e nem sempre é fácil
evitá-lo, é importante que o paciente já esteja preparado para uma crise
em dias que ele sabe que serão mais difíceis. Manter as medicações à
mão, já fazer uma dieta mais leve e considerar sair mais cedo do
trabalho, quando possível, são algumas alternativas.
Fonte Minha Vida
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