Posted: 27 Jun 2012 06:05 AM PDT
Caros
colegas ACS e ACE do Brasil, nós que trabalhamos a semana inteira
ouvindo reclamações, fazendo intermediação, conciliação e ponte entre a
doença e a busca de solução.
Agindo
muitas das vezes como psicólogo, médico e enfermeiro. Nós que ouvimos
quase que diariamente, as palavras agradáveis: 'não', 'não pode', 'não
tem' e 'de jeito nenhum', da enfermeira (o) e médica (o) e até dos
técnicos (as) em enfermagem, por tentar facilitar o acesso na
comunidade, não temos direito ao investimento por minorar o caos do
sistema.
O
nosso trabalho é entendido por grande maioria como sacerdócio, mas nós,
não aguentamos ser voluntários. Para isto tem-se lei específica para a
nossa categoria, e que agora tentam colocar barreiras.
Nos
conselhos de saúde, não existe a reverberação adequada das nossas
reivindicações, onde o fórum muitas das vezes, e dependendo da cidade ou
da articulação e força das entidades representativas, tramita do
executivo para o legislativo sem um representante da categoria para
discutir a pauta.
Já
o nosso piso salarial nacional, foi indeferido por uma série de
questões de interesse puramente político, apesar da alegação de
possibilitar a quebra das contas públicas.
Aproveitando
o congresso vazio com a Rio+ 20, cogitaram aprovar um trem da alegria
para poucos privilegiados, onde falta pouco para ser aprovado o TETO dos
protegidos e que abre precedente para a avalanche de privilégios, uma
espécie de efeito cascata. Só estão esperando abrir a porteira.
Agora,
as excelências vão ganhar aumento de verba de gabinete a partir de
julho, ou seja de R$ 60 para R$ 75 mil por mês. Logicamente,
indubitavelmente, sem a menor dúvida e fora de questão, o dinheiro não
irá interferir na elevação das contas públicas, o tal dinheiro para
pagar o salário dos assessores.
Só
não existe dinheiro e interfere nos cofres, quando destina-se para
pagar R$ 1.244,00 aos ACS e ACE do país, que na imensa maioria das
cidades, recebem menos do que o valor citado.
Agora,
depois do nosso aparente inútil esforço, idas e vindas para pedir
passagem e diárias nas prefeituras, histórico de lutas, plenárias, chuva
e frio em vigília na capital federal, audiências públicas, muito blá,
blá, blá, corre para cá, enfrentamentos e conversas com seguranças,
levanta cartaz ali, bate foto, coloca no blog, dar entrevista, aparece
na mídia, articula com líder dali, faz pressão na bancada de oposição de
lá, e nada feito?! Parecendo até que estamos invisíveis, como no
comercial. Aí, para tirar um sarro com a nossa cara, a Câmara Federal,
vai aumentar a verba de gabinete a que cada deputado tem direito a
partir do dia 1º de julho. É mole ou não?
A
expectativa é que o recurso seja reajustado em 25%. Já a nossa antiga,
passada, esquecida, caduca, retrógada reivindicação seria, eu disse
seria, escalonada em várias parcelas até chegar no piso.
O
presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), não confirma nada, também ele
mesmo disse em entrevista, que não sabia, quanto aquela famigerada
proposta de aumento do teto de alguns servidores. O destaque desta vez é
que tem um diferencial, onde o aumento é para os servidores dos
gabinetes, ou seja, os concursados. E nós somos o que?
A argumentação pertinente, reside no fato em que os assessores estão sem reajuste há quase cinco anos e nós ACS e ACE?
Lembro
que o Senador Humberto (PT-PE), o Ministro Padilha (Saúde) e o Deputado
Maia (PT-RS), condicionavam o nosso pleito a uma série de entraves, que
foram superados e no final, o nosso aumento, ou seja aumento não,
INVESTIMENTO, foi suprimido.
Os
prefeitos, onde muitos aplaudem a CNM, que entrou com recurso no STF
contra nossa categoria. Porém, estes mesmos, estão recebendo prêmios,
enchendo as prateleiras de troféus as custas do nosso esforço, no sol e
em muitos casos, sem protetor solar, outros em risco iminente de vida,
sem o repasse de custeio integral (haja visto em muitas cidades,
paga-se menos de R$ 871,00).
E
o pior, que trava a garganta, ainda tem membros do nosso grupo de ACS e
ACE, que defende este atual sistema governamental, tendo entidades que
barganha e prioriza a gestão em nosso detrimento.
Meus amigos, outra história, que não me convence, é de não haver previsão orçamentária. É balela.
Quando há interesse político, concede-se crédito, abre-se exceção ou perênteses ou colchetes na folha de pagamento.
O
dinheiro que vai para a Câmara para pagar os assessores de deputados
que diga-se de passagem, muitos não aparecem na casa, porém sai do mesmo
cofre que é negado a nós. Outro detalhe, o reajuste que não nos
contempla, deve engordar os recursos dos parlamentares e por sua vez
contribuir, injetando capital nas eleições municipais ou alguém duvida ?
Alguém em sã consciência, deixaria o legislativo, migrando para o executivo municipal porque ?
Em cada cidade ou município, tem-se o orçamento, onde os mesmos candidatam-se a gestor.
Muitos
são honestos e pensam também no povo, outros tem projetos
exclusivamente pessoais e partidários. Aliando a isto, a burrice
coletiva, que se espalha e torna-se uma verdade.
Além
disto, o que acontece na realidade é uma profunda disparidade social e
salarial. No entanto existem ACS/ACE que são zen, outros vivem
razoavelmente bem e a grande e imensa maioria vivem longe da
aceitabilidade salarial. Não estou falando do DIEESE, que estipula o
sonho do nosso salário ideal e que se coloca bem distante da realidade.
Falo da desigualdade salarial para o mesmo ofício, no mesmo estado em
cidades diferentes, mas com o mesmo custeio.
O que diferencia em muitos dos casos, são as atitudes dos órgãos que nos representam e o seu desatrelamento da gestão.
Logicamente
que há entidades que conseguem benefícios para o seu grupo em plena
gestão, mas na imensa maioria, a água só segue para o mar. É bom que nós
ACS/ACE, entendamos que as eleições estão bem próximas. Os políticos
descompromissados com o nosso pleito não devem receber o nosso voto, já
que a nossa categoria não existe, para efeito de investimento salarial.
FONTE: BLOG DO ADALBERTO FILHO
Alguém em sã consciência, deixaria o legislativo, migrando para o executivo municipal porque ?
O que diferencia em muitos dos casos, são as atitudes dos órgãos que nos representam e o seu desatrelamento da gestão.
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